domingo, 30 de setembro de 2018

Porque escolho ensinar

Um ano após a minha postagem "Porque (não) escolhi ensinar" eu percebi em como meu próprio pensamento mudou sobre o assunto.
Quando eu fiz esse post eu tinha apenas concluído o estágio de língua portuguesa numa escola da prefeitura, na periferia de Guarulhos. Hoje, formada em Letras, eu tive outras experiências, que realmente me fizeram questionar a necessidade do ensino.
Quero durante esse post e outros que pretendo fazer, com mais frequência, mostrá-las explorando aspectos que me fizeram mudar essa minha visão.
Começo então relatando minha experiência pelo estágio de língua inglesa obrigatório, que também tive que realizar pela faculdade. Nele pude vivenciar tanto um ensino em uma escola pública quanto em um centro privado, e como os dois mundo me fizeram visualizar o que eu queria para a minha vida.
Foram realmente dois mundos diferentes. Um que as crianças, mesma que estivessem lá obrigadas, entendiam que estavam lá para aprender, e outra em que os alunos não viam o ensino como algo útil. E confesso, me senti muito mais próximas aqueles que achavam que aprender inglês era coisa pra quem tinha dinheiro.
Quando fui fazer a atividade que precisava, eu trabalhei com eles assuntos dos quais eles se interessavam, que eles tinham contato, mostrei pra eles que o inglês está mais presente na nossa vida do que imaginamos. E isso fez com que eles participassem da aula mil vezes mais do que eu esperava que eles fizessem.
Ensinar não é uma escolha fácil. Vai haver dificuldades como em qualquer outro lugar. Os alunos não vão prestar atenção, às vezes você não vai estar de bom humor. Mas ensinar é entender que outros precisam de você, outros precisam daquilo. Talvez você não veja o resultado e você não pode se culpar por isso. Não desista!
Ao passar por isso, eu percebi que é sim, possível mudar o mundo dentro da sala de aula. Se é possível fazer com que eles tenham interesse no inglês, tendo apenas duas aulas por semana, imagina o que pode ser feito com cinco aulas na semana- carga horária de língua portuguesa -, ou melhor, o que será que pode ser feito com uma semana, sendo seis aulas por dia?
Você acha que não muda nada, mas já ouvi relatos de professores que chegaram numa escola, onde na sétima série haviam 3 alunas grávidas, eles fizeram um projeto de educação sexual, dois anos depois a taxa baixou para zero.
O ensino pode mudar o mundo. O mundo só precisa acreditar nisso.

sábado, 29 de setembro de 2018

O que significa mudar?

Desde que comecei a escrever nesse blog, mesmo que não seja uma coisa contínua, pude perceber o quanto meu gosto musical mudou. Pude perceber também em como eles influenciaram no meu desenvolvimento pessoal. Por exemplo, como percebo o mundo e em como quero me desenvolver.
Quando eu ouvia K-POP, o que eu precisava fazer para me desestressar era dançar. Fazer exercícios físicos. Qualquer coisa que não me deixasse parada.
Depois de muitos anos meio perdida em um limbo, sem saber exatamente o que escutar, entrei em uma nova fase do pop, em que minha nova vontade era aprender a tocar um instrumento. Digo, eu sempre quis aprender a tocar algo, mas nunca me movia para fazer isso, e agora há uma motivação.
Não que meu intuito seja tocar profissionalmente, mas tocar, mesmo que só por tocar, tem um significado agora.
Outra coisa que também aprendi a fazer foi prestar mais atenção no que a música diz. E em quanto eu concordo ou não com ela. Não se trata apenas do instrumental, que eu também gosto bastante, mas o que aquela música quer dizer, o que ela me acrescenta como ser humano e como eu vou reagir  aquilo que o cantor/compositor esta cantando.
Porém, o que é importante nisso, é você entender que não importa qual o seu gosto musical, o que ele te leva a fazer, ou o quanto você ama aquele ator, mas que não tem problema você não gostar de uma coisa só, e que tudo bem você não gostar mais daquilo que você amava antes.
Porque ser humano é isso. É estar em constante mudança. E aceitar que as mudanças não são sempre ruins. E que muitas delas, são apenas frutos de algum tipo de amadurecimento.
Todas tem seu ponto positivo. Antes eu fazia muito mais exercícios que agora. Agora sou muito mais crítica do que antes. E tudo bem!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Conflito de gerações

O conflito de gerações acontece a todo momento e em qualquer lugar. É impossível não ter. Mesmo que seja uma pequena ideia, ela vai ter uma contradição num momento seguinte da história.

Cresci sendo ensinada a amar tudo sobre mim. Meu cabelo, meu corpo. Aceitando minhas falhas, minhas fraquezas. Quando decidi alisar meu cabelo foi por pura vaidade, por ser mais pratico, essas coisas. Assim como quando decidi não fazer mais foi por decisão própria. Meus pais nunca me obrigaram a nada com relação a isso. Apenas apoiaram minha decisão.
Claro, assim como muitos, passei por momentos em que eu queria dar na cara de alguém. Principalmente quando ouvia coisas como "meu cabelo é bom, diferente do seu", coisa que eu não admito, pois ruim é o preconceito da pessoa que acha que apenas o cabelo liso é bom, sendo que já vi cacheados muito mais bem tratados e hidratados do que alguns lisos.

Mas o que vim relatar aqui é sobre como percebemos as coisas diferentes com relação ao mundo. Minha mãe, assim como eu, tem cabelo cacheado, só que ela prefere usá-lo curto. Toda vez que ele começa a crescer ela quer alisar ou cortar. Sinceramente, prefiro que ela corte do que alisar, mas ela não me ouve. Ela sempre vai lá e faz alguma coisa para "soltar os cachos". E essa semana aconteceu a mesma coisa. Ela chegou em casa com o cabelo liso.
Acho que fiquei cerca de um dia inteiro irritada com ela, por ela ter feito isso- algo que sempre acontece quando ela alisa. Até ela sentar comigo pra explicar:


Todos tem suas barreiras na vida, todos têm que quebrar algum tipo de pré-conceito que cresceu consigo. Eu ensinei você a amar seu cabelo, a aceitá-lo como ele é, já eu não. Na minha época cabelo bom era cabelo liso. Cabelo cacheado dava trabalho demais e tinha que ficar sempre preso.
A primeira coisa que fiz quando sai de casa foi cortar meu cabelo curto por não aguentar mais usá-lo preso.
Eu sei que tenho essa barreira, e já estou a frente de muitos por entender que eu posso sim aceitar meu cabelo do jeito que é, mas é difícil pra mim quebrar essa barreira, principalmente porque chega um momento que eu fico tão incomodada com ele que acaba atrapalhando até no meu cognitivo. Eu não consigo fazer mais nada porque meu cabelo me incomoda.
Um dia eu espero conseguir deixar ele crescer sem me incomodar, mas ainda não é agora.




Agora se ela é capaz de entender isso, então eu também deveria entender que cada um tem seu tempo. Cada um entende a vida de um jeito. Não deveria  querer que ela olhe pra si mesmo com meus olhos, querer que ela se ame do jeito que eu a amo, porque ela tem o tempo dela pra ver que nada disso realmente importa. Não estou dizendo que ela não se ama, mas que se incomoda com uma coisa que pra mim é minima.
A mudança nunca é algo fácil. Como ela mesmo disse: é uma barreira que temos que atravessar. E quanto mais conscientes estamos de que teremos que enfrentá-la, menos trabalhosa (será?) a batalha.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Palavras tem tanto poder assim?

Alguns dias atrás eu tive um sonho que mexeu muito comigo. Eu e um amigo meu, que era famoso, estávamos lendo os comentários que as fãs faziam dele, ou que mandavam para ele. Até que um deles nos chamou a atenção.

Era o comentário de uma menina de aproximadamente 13 anos que falava algo sobre sua própria beleza. Dizia que não era bonita e que ele nunca iria notá-la por causa disso. Nesse momento ele parou para respondê-la. Eu sugeri que ele dissesse que ela não era feia e que ele a amava, mas ele não queria dizer isso. Ele queria algo que a tocasse mais, algo que realmente a fizesse perceber que ela era bonita, que ela não era menos que ninguém, e ele precisava dizer isso de uma forma gentil, uma forma que ela entendesse que ninguém é feio.
Por que isso?

Porque crescemos achando que somos apenas responsáveis pelo que falamos, e deixamos de lado o que a pessoa à quem nos referimos vai entender. Quantas vezes dissemos "sou responsável pelo que eu falo, não pelo que você entende"? Só que isso não é certo. Não imaginamos quanto uma única frase pode atingir alguém. Não imaginamos as consequências do nosso discurso na vida do outro. Sei que não sabemos pelo que a pessoa está passando, não sabemos como ela vai interpretar aquilo que vamos dizer, mas se nunca pararmos para pensar que somos sim responsáveis pelo que falamos, o mundo nunca vai mudar. Todas as magoas que levamos ou causamos não serão resolvidas.
Uma única frase pode levar uma pessoa que está passando por uma situação difícil ao suicídio ou salvá-la dele.
Posso tirar duas conclusões desse sonho que tive: 
1º Não devemos nos sentir maior que os outros, não importa a situação; e principalmente, não devemos nos sentir menos que os outros. Todos nos temos nosso valor, algumas pessoas só não querem enxergar o quão preciosas são as pessoas ao nosso redor;
2º Ter cuidado com o que falamos, principalmente quando sabemos que o outro está em uma situação emocional vulnerável. Perceber isso não é algo exclusivo de famoso que tem suas vidas observadas, mas uma precaução com qualquer um, pois todos enfrentamos nossos próprios monstros internos e com apenas uma palavra amiga, que pode não ter nada a ver com o que estamos passando, podemos ser transformados.
Segundo Alvo Dumbledore - personagem fictício criado por J.K. Rowling, "palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia. Capazes de formar grandes sofrimentos e também de remediá-los", questiono-os o seguinte As palavras são mesmo tão fortes assim?

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Por que (não) escolhi ensinar

Quando me perguntavam o que queria ser quando pequena, eu sempre dizia que queria dar aulas. Não sabia sobre o que, queria apenas estar em frente a uma turma apenas para ensiná-los e aprender com eles. Depois que decidi por qual carreira seguir, aos meus 17 anos, continuei com a ideia de dar aulas, o caso é que tudo mudou. Afinal, as coisas mudam.
O caso é que entrar numa sala de aula depois de tudo o que eu tinha vivido durante meus anos de aluna no começo dos anos 2000 me deram uma perspectiva diferente do que um aluno deveria ter, que não é o que tenho encontrado nas escolas atualmente. Não estou questionando a escola, mas da postura que tenho encontrado em sala de aula. Não é só pela falta de interesse que o aluno tem demonstrado perante as materias, mas o desrespeito com os professores. 
Sempre imaginei que eu seria capaz de mudar o mundo ao dar aulas, que poderia ser uma professora que influenciaria eles para o bem, que desenvolveria neles a paixão pelo aprendizado ou algo do gênero.
Mas como fazer isso se eles sequer me ouvem?
Não tenho a resposta para isso, mas quem tiver, por favor, compartilhe!